Sonhos!!! E muitas referências
- Gustavo (Bardoca)
- 23 de fev. de 2016
- 4 min de leitura

Título: Fios de Prata – Reconstruindo Sandman Autor: Raphael Draccon Páginas: 350 páginas Editora: Leya
“Tu inspiraste Rowling, e foi nas terras de Morpheus que se moldou Hogwarts. Tu inspiraste Tolkien, e foi nas terras de Phantasos que se anexaram as extensões da Terra-Media. Tu inspiraste Lovecraft, e em minhas terras se fixou Miskatonic. Então eu te pergunto com sinceridade, anjo: até onde vai tua vontade de ser coadjuvante em um mundo de formas e pensamentos?” [if !supportLineBreakNewLine]
Mikael Santiago, o Alejo, é o maior jogador de futebol do mundo, com uma habilidade considerada quase sobrenatural. Um fato constante, porém, faz com que suas noites de sono não sejam todas iguais: há dezoito meses ele sofre diariamente de sonhos lúcidos em cenários sombrios. E Mikael não sabe, mas sua alma fora escolhida como a principal peça em um quebra-cabeça envolvendo uma disputa onírica. A questão é que, por muito tempo, Madelein, a Senhora dos Sonhos Despertos, inspirou grandes artistas da historia da humanidade, de pintores surrealistas a poetas românticos. Após uma trapaça de Morpheus, contudo, milhões de sonhadores terrestres fanáticos passaram a celebrá-lo como o grande Lorde dos Sonhos, gerando a inveja e o ressentimento de outras entidades no que Madelein vê uma oportunidade de ascensão. Sua tentativa de virar o jogo, porém, mostra-se trágica, e uma batalha épica pelo sonhar é iniciada, afetando diretamente o mundo mortal... E os sonhos remanescentes de toda raça humana. [if !supportLineBreakNewLine]

“Chegaram a local composto de centenas de árvores.[...]Passaram por uma arvore tão onipotente e imensa, que se destacava dentre todas as outras. E, por mais que suas copas formassem sombra suficiente para centenas, ainda assim, havia uma aglomeração de sonhadores disputando para se sentar sob sua proteção. - É uma disputa impressionante! É uma árvore especial aquela? - É a árvore de Tolkien.”
Minha leitura:
Em um mundo aonde pensamentos ganham forma, existem 3 deuses menores: Phantasos – O mais velho e, dentre os três, o mais sensato. Responsável pelas criaturas e seres fantásticos como elfos, fadas, gênios, sátiros e tudo mais que seu próprio nome já diz. Phobetor – o irmão do meio, Lorde obscuro e senhor dos pesadelos. Responsável por tudo que é horrendo, maligno e depravado. Seu plano é o paraíso de todo pedófilo, Serial killer, demônios de todas as espécies e provavelmente onde estão as criações de Tim Burton e Edgar Allan Poe. Morpheus – O caçula. O chamado Sandman, aquele que joga areia nos olhos das crianças. Considerado o Lorde moldador, o deus do sonhar mais conhecido pelos humanos, e, trapaceiro. E claro que não podemos esquecer-nos de Madelein, o Anjo dos sonhos, que foi quem inspirou a maioria dos sonhadores de Morpheus e hoje quase não é lembrada por causa dessa trapaça.
O prólogo atrás do livro me chamou muito a atenção: falar de Rowling, Tolkien e Lovecraft me atingiu bem no coração! A historia se passa em vários lugares, mais precisamente em dois: no mundo real e no Sonhar. O sonhar é um plano que recebe sonhadores de todo orbe terrestre e de outros mundos. Um Lugar onde pensamentos ganham vida e sonhos e desejos são moldados para crescerem e nascerem no mundo real. E o mundo real... o mundo real é igual ao nosso mesmo. Amei todas as referencias de artistas, escritores, desenhistas, pintores e poetas no livro. O autor, Raphael Draccon, encheu essa obra de referências (capitão America não curtiu), não somente de mestres pintores e escritores de romances, mas também de pessoas que causaram impacto no mundo. Pessoas que foram boas e más. Eu tive a curiosidade de pesquisar alguns nomes de entidades que aparecem em um cenário infernal no livro e acabei por descobrir que eram nomes de assassinos famosos, o que fez ainda mais sentido a cena. Porem, eu tive que me arrastar para acabar a leitura desse livro. Em varias partes dele eu ficava empolgado: “nó!! Agora sim vai começar as tretas”. E logo me jogavam um balde de água fria: “ué? Cadê a treta?”. A guerra que esta pra acontecer é a parte mais empolgante e só começa de verdade pra lá do meio do livro e, sabe quando você ta tão dentro na historia que parece que você ta sentado na frente dos personagens assistindo a tudo e comendo pipoca? Somente nos momentos finais eu consegui isso. No geral: o inicio é bem chato e mostra muito o cotidiano do personagem principal, Mikael, o Alejo, junto com seu amor, Ariana. Existem momentos bons, mas logo se passa e a monotonia do cotidiano da historia volta. A fantasia, o horror e a idéia do livro são EXCELENTES, mas parece que o autor resolveu colocar isso tudo só no final do livro. Só acho que faltou aquela coisa que te prende os olhos em cada parágrafo e faz você ficar pensando nas soluções das tramas da historia quando não se está lendo. Ainda não li as outras obras de Raphael Draccon por isso não posso dizer que esse é o “jeito” que ele escreve, porém, já estou juntando dinheiro para obter sua serie de maior sucesso: Dragões de Éter.

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